Ayurvedic Doula | Tantric Witch
Não nasci com a consciência de que um dia iria fundar um templo alquímico. Não posso dizer que fosse o meu sonho de vida a realizar… Foi uma decisão muito espontânea e intuitiva.
Em criança, era aquela que queria experimentar tudo e raramente ficava muito tempo no mesmo sítio. Mas não foi fácil crescer com ADHD, que nunca consegui controlar. Durante muito tempo procurei o que poderia fazer e o que realmente me apaixonava, porque quase sempre aquilo a que sentia proximidade era precisamente o que não me era permitido fazer.
Na infância, adorava ginástica rítmica, mas pratiquei apenas de forma recreativa, porque era alta demais – e no clube não aceitavam raparigas altas. Mais tarde, começou a despertar em mim o interesse pelo corpo humano e pela sexualidade – mas esse era um tema tabu. Depois nasceu a minha paixão pelas ervas, pelos chás e pela alquimia, mas também aqui ouvi dizer que era apenas um hobby, não uma profissão.
O meu caminho para descobrir o que a minha alma realmente deseja foi longo, sinuoso e muitas vezes cheio de rebeldia. Hoje sei que as minhas melhores ideias são precisamente aquelas de que todos tentaram dissuadir-me.
Cresci numa geração em que respeito significava medo e obediência era frequentemente imposta através da dor. Não se falava de amor próprio nem de saúde mental. A minha relação com o corpo não começou com amor nem aceitação, mas com vergonha e desejo de perfeição. Aprendi a anestesiar a dor a tal ponto que não conseguia imaginar um dia sem produtos farmacêuticos. Não saía de casa sem o meu kit obrigatório: ibuprofeno e muconasal eram os meus melhores amigos.
Dores menstruais? Toma ibuprofeno. Enxaqueca? Ibuprofeno. Dores nos dentes ou nas costas? Ibuprofeno. Alergias, nariz entupido? Muconasal resolve. Até chegar ao ponto em que já não conseguia conceber lidar com a dor sem anestesia – e mesmo assim a dor continuava. Foi aí que pensei que algo não estava certo e que o meu corpo se voltava contra mim. Ter 23 anos e viver em dor constante não pode ser normal.
Nesse momento, troquei o curso de farmácia pelo estudo das ciências indianas e comecei a procurar soluções naturais para a minha dor. A tantra, o yoga e a ayurveda trouxeram-me de volta à escuta e à perceção do corpo, ao entendimento das emoções e à consciência de que o fluxo da energia sexual é o presente mais curador com que nascemos.
Hoje apresento-me diante de ti como alguém que já não precisa esconder as próprias sombras. Estou aqui como mulher que continua a caminhar, a explorar, a cair e a levantar-se de novo. O meu caminho não é linear – é uma dança íntima. E essa experiência de vida é algo que gostaria que cada mulher pudesse viver. Por isso, crio um espaço onde possas ser tu mesma – na luz e na sombra, todos os dias diferente e única. Onde possas tocar nas tuas feridas e, ao mesmo tempo, descobrir nelas os teus dons. Onde aprendemos a unir dentro de nós o princípio feminino e o masculino e a criar a partir da unidade.
Se estás pronta para entrar no templo alquímico, estou aqui para ti.
Com amor, confiança e a determinação de caminhar ao teu lado – até que a tua dor se transforme em força e a tua paixão em fogo curador.
O Templo do Pequeno Alquimista nasceu em 2020, em Portugal, como um desejo espontâneo e intuitivo – criar um espaço e uma comunidade onde seja possível sentir-te em segurança e explorar aquilo que em nós é mais vivo: o corpo, a sexualidade, a capacidade de criar e de viver em intimidade. Um lugar onde cada pessoa é recebida tal como é – com as suas luzes e sombras, com o desejo de proximidade ou de solidão. Um espaço sem vergonha nem tabus, sem julgamentos, críticas ou necessidade de ser melhor e mais perfeito.
Desde 2023, trago este projeto também para a Eslováquia, para que possa tocar ainda mais almas.
É uma comunidade onde a leveza se encontra com o trabalho profundo sobre si. Onde aprendemos a voltar a confiar no corpo, a ler a sua linguagem, a escutar a voz das emoções e a recordar quem somos para lá de todas as camadas e condicionamentos.
Mostro às pessoas como trazer os princípios védicos e alquímicos para o quotidiano – seja através da comunidade, de cursos online, workshops ou consultas individuais. Não para acrescentar “mais uma habilidade” à coleção, mas para vivermos uma vida que seja lúdica, íntima e com sentido.
O Templo do Pequeno Alquimista é para todos os que querem compreender melhor o seu corpo, para mulheres e casais que desejam preparar-se para um parto tântrico, e também para quem sente o apelo de despertar a sua energia sexual e aprender a criar a partir dela relações mais autênticas e de qualidade – ou a utilizá-la como caminho de cura.
Este projeto é a minha história pessoal, onde coloquei o meu coração e a minha alma. É diferente, porque é íntimo, próximo e carrega em si a minha própria jornada. A cada pessoa que entra no Templo, ofereço uma abordagem aberta e individual. Acredito que, por isso, aqui podes sentir-te não apenas acolhido/a, mas também renascido/a em ti mesmo/a.